A propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV recomeça nesta sexta-feira (11), com novas regras previstas para a disputa no segundo turno.
No Paraná, três cidades irão registrar a disputa em segundo turno: Curitiba, Londrina e Ponta Grossa.
Nessas três cidades, o tempo de cada candidato será dividido igualitariamente. Ou seja, dos 20 minutos disponíveis, dez serão destinados a cada postulante. Essa exibição é feita duas vezes por dia.
Os candidatos ainda terão direito a 25 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5h e meia-noite.
Para o professor de administração pública e ciência política da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Horochovski, o embate na propaganda eleitoral no segundo turno tende a ser mais pessoal entre os candidatos.
“Dado o caráter plebiscitário dessa eleição majoritária, em que o vencedor precisa ter a maioria absoluta dos votos, a polarização eleitoral é inevitável.
Uma das questões que se apresentam quando se tem uma campanha assim, altamente polarizada, é justamente a desconstrução do adversário”, explica Horochovski.
Para o professor, mesmo que nesses três municípios a disputa seja entre candidatos de centro-direita e direita, ainda haverá margem para essa desconstrução de candidaturas.
“Embora muita gente não goste disso, o fato é que a crítica ao adversário, a desconstrução do adversário ela é sim eficiente, se ela não fosse, não seria utilizada.
Então em função dessa eficiência do ataque, da desconstrução do adversário, existe uma grande tendência de a campanha ganhar um caráter muito mais pessoal”, complementa o professor.
No primeiro turno em Curitiba, Cristina Graeml (PMB) ficou em segunda na disputa, mesmo sem nenhum tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV.
Esse não é o primeiro caso de destaque na política nacional. Desde a eleição presidencial de 2018, quando Jair Bolsonaro chegou ao segundo turno pelo então PSL, tem aumentado o registro de candidatos com sucesso em eleições majoritárias sem tempo de rádio e TV.
“Há um conjunto de pessoas que ainda assistem e se informam pela propaganda em rádio e TV, mas é um impacto cada vez menor. Porque, veja, uma candidata sem tempo no horário gratuito de propaganda eleitoral foi ao segundo turno, utilizando outras formas de comunicação”, analisa Horochovski.
Mas, se a propaganda eleitoral não é a única forma de acesso dos candidatos aos eleitores, ela também representa um novo caminho para esses postulantes ‘sem tempo’.
“Agora com apenas dois candidatos nós vamos ter uma propaganda muito mais incisiva, muito mais focada, em que o eleitor tende a prestar mais atenção nas mensagens dos candidatos. Com toda a redução que houve no peso da propaganda nos últimos anos, ela continua ainda a ter o impacto e o impacto é muito maior quando existe um segundo turno”, finaliza o professor.
Fonte: RIC.COM.BR.
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