Uma operação policial cumpre 79 mandados judiciais contra organização criminosa especializada em golpes de falsos empréstimos.
A ação é da Polícia Civil do Paraná (PCPR) que recebeu o nome de Fallen Fox está sendo cumprida nesta terça-feira, 30 de julho.
A operação mira um esquema que causou prejuízos estimados em R$ 3 milhões em menos de um ano, atingindo vítimas em todo o país.
A ação policial envolve a execução de 43 mandados de prisão e 36 mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais de bloqueio de bens e valores em contas bancárias e aplicações financeiras.
As diligências ocorrem simultaneamente em Curitiba e Araucária, no Paraná, além de cidades na Bahia, Piauí e Mato Grosso do Sul.
Golpes com anúncios falsos
A organização criminosa criava anúncios fraudulentos em plataformas online, nos quais falsos atendentes se passavam por funcionários de instituições financeiras.
Um dos criminosos recebia R$ 60 mil por mês pela criação dos anúncios fraudulentos.
As vítimas eram atraídas por promessas de empréstimos com taxas de juros significativamente mais baixas que as do mercado.
O delegado da PCPR, Ricardo Casanova, explicou a forma de ação dos criminosos. “Os golpistas agiam de forma meticulosa, criando uma falsa sensação de segurança nas vítimas.
Utilizavam linguagem técnica bancária e ofereciam condições aparentemente vantajosas.
Antes da suposta liberação do crédito, exigiam o pagamento de diversas taxas fictícias, como comprovação de renda, aumento de score de crédito, IOF e Imposto de Renda.
Todo esse processo era feito de maneira tão convincente que muitas vítimas só percebiam o golpe após terem perdido quantias significativas”.
Os depósitos eram feitos em contas de operadores financeiros, responsáveis pela movimentação do dinheiro e repasse aos líderes da organização.
A organização utilizava o DDD 11 para simular uma localização em São Paulo, para tentar aumentar a credibilidade dos golpes.
Operação contra golpes
A Operação Fallen Fox é um desdobramento da Operação Downfall, realizada em 4 de maio de 2023 pela PCPR e pela Polícia Federal, com o objetivo de reprimir o tráfico internacional e interestadual de drogas.
Durante as investigações daquela operação, a PCPR identificou o envolvimento de alguns membros da organização com golpes de falso empréstimo, o que motivou a deflagração da Operação Fallen Fox.
Na deflagração da Operação Downfall, 28 pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em oito Estados.
Um dos investigados teve apreendido cerca de R$ 900 mil em um de seus endereços, e em outro imóvel foi descoberta uma central telefônica usada para aplicar golpes de falsos empréstimos.
O suspeito comandava um esquema com falsos atendentes que se passavam por funcionários de uma instituição bancária, oferecendo empréstimos a taxas de juros significativamente mais baixas que as do mercado.
Golpistas responderão por estelionato
Os investigados na operação Fallen Fox responderão pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O delegado da PCPR, Emmanoel David, ofereceu orientações importantes para a população se proteger contra esse tipo de golpe.
“Recomendamos que os cidadãos estejam sempre alertas, especialmente quando se trata de ofertas de empréstimos online.
Desconfie de taxas de juros muito abaixo do mercado e nunca faça pagamentos antecipados para liberação de crédito. É crucial verificar a autenticidade da instituição financeira, utilizando apenas os canais oficiais dos bancos para obter informações.
Se suspeitar que está sendo vítima de um golpe, não hesite em registrar um boletim de ocorrência imediatamente”, alertou o delegado.
A escolha do nome “Fallen Fox” para a operação não foi aleatória; ela se baseia na astúcia e na habilidade dos criminosos em enganar suas vítimas, características frequentemente associadas à figura da raposa.
Assim como uma raposa, a organização criminosa agia de maneira sorrateira e meticulosa, criando uma falsa sensação de segurança para suas vítimas antes de aplicar os golpes.
A queda (“Fallen”) simboliza o desmantelamento dessa rede, trazendo à tona a verdadeira natureza dos envolvidos.
O nome, portanto, reflete tanto a natureza enganosa das ações dos criminosos quanto a eficácia da PCPR em expor e derrubar a organização.
Fonte: Bem Paraná
Da redação/ Maria Farias
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